A noite, em horas mortas, já não vai de encontro aos meus desejos de um final feliz, nem me faz tanto correr pelos teus braços… sentir-te pertinho de mim, na lonjura de uma distância percorrida por uns pés calçando o 35, apenas a três passos de distância e incrivelmente longe, separado por uma barreira construída pelo medo e, esse dia ser hoje.
“Diverte-te. Curte a Vida.” Escuto uma chama dispersa das suas irmãs segredar-me, ao chegar perto de mim – tão próximo que me derrete as mãos numa poça de cera sem molde. Mas não quero nem saber do que me dizem… os vícios transformaram-se num ser vivo…”finalmente”… E agora tenho mesmo que correr pela manhã, como um lobo, arfando pela floresta, tenho que fugir descalça, mais uma vez, para melhor marcar, com as minhas pegadas e sentir o chão revelar-me esse sentimento que me diz que a terra é realmente árida e seca, muito mais que um beijo com significado, dado por uma boca sem definição de contornos; ou pela lua reflectida nessa moldura poisada na mesa de jantar, que não me deixa contemplar o teu retrato.
Que vontade de fumar um cigarro, de beber uma garrafa de vodka, de me libertar dessa pele de lobo… que desejo de dizer que te odeio… apesar de nunca ter fumado, de não beber bebidas alcoólicas, de me parecer mais com uma raposa… e de gostar tanto, mas tanto de ti…
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7 Paintings
Um beijo muito grande de agradecimento pela visita à Floresta... e parabens pelo teu blogue...
ResponderEliminarBeijos
Lala como um sentimento consegue modificar as sensações, não é? Como um corpo pode ser tão desejado e depois, depois de acabar o amor, desejamos tanto fugirmos dele.
ResponderEliminarPois é Brown Eyes... É isso mesmo que o amor incondicional gera: sentimentos contraditórios de amor-ódio, querer e não-querer, estar e não-estar!
ResponderEliminar1 beijinho e, mais uma vez obrigada pela visita!!